Foi publicada, no dia 04 de abril de 2022, uma nova versão das diretrizes para o manejo terapêutico de pacientes não-hospitalizados com suspeita ou confirmação de COVID-19 no Brasil. O texto é de acesso livre, publicado online na Revista Brasileira de Doenças Infecciosas, vinculada à Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Além da SBI, outras associações e sociedades médicas se envolveram na elaboração do texto, incluindo a Associação Médica Brasileira (AMB), Assosiação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE), Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Esse foi o maior trabalho conjunto desde a publicação do primeiro texto de consenso sobre o manejo farmacológico da COVID-19 em 2020, em meio à desinformação e incertezas no primeiro ano da pandemia. É claro que bastante coisa mudou desde então, especialmente quanto ao acúmulo de evidências sobre tratamentos e redução na incerteza sobre seus usos.

O texto foi sintetizado com base em outras 10 fontes de referência que construíram consensos e diretrizes nacionais e internacionais, além de uma busca sistemática por estudos clínicos randomizados realizados no mundo todo. A categorização dos níveis de evidência disponíveis seguiram o sistema GRADE. Um resumo das recomendações foi esquematizado (clique para aumentar)

Embora o texto seja importante para direcionar os prescritores quanto às estratégias mais adequadas no tratamento da infecção, um ponto fraco do documento é não contar com um painel de membros multiprofissional (já que foi composto essencialmente por médicos), que um critério utilizado na avaliação da relevância de diretrizes clínicas. Mas isso não invalida o texto ou a importância atual dessa atualização.